Indústria do coco da Bahia discute melhorias e anuncia investimentos de 200 mi
O presidente da Aurantiaca Piet Henk Dörr e o vice-presidente, Roberto Lessa, divulgaram durante um encontro com o Secretário de Planejamento do Estado da Bahia, José Sérgio Gabrielli, o projeto do grupo que conta com investimentos da ordem de R$ 200 milhões. No médio prazo, empregará cerca de 380 pessoas na fábrica e 450, na área agrícola. A reunião discutiu as ações que estão sendo implementadas pela companhia para a construção da indústria do grupo, no município do Conde.
Segundo o vice-presidente da Aurantiaca, Roberto Lessa, “não existe no mundo uma indústria similar em termos de total aproveitamento do coco”. Haverá aproveitamento da água do coco; da polpa, para produção do leite de coco e coco ralado; da casca, como fonte de nutrientes para o solo das fazendas e da concha do coco, como combustível nas caldeiras de produção da indústria. Em janeiro de 2013, será iniciada a produção de manta e biorrolo. Em um estágio mais avançado do projeto, haverá a produção de outros produtos de coco, entre eles, água, água saborizada, óleo, leite e farinha. Além de produzir cerca de 600 mil frutos em suas fazendas próprias, a Aurantiaca vai comprar coco de produtores locais.
A reunião com o Secretário de planejamento também foi uma oportunidade paro o grupo chamar a atenção para a importância de barreiras sanitárias e comerciais visando evitar a entrada da doença amarelecimento letal, no Brasil. Os executivos alertaram ainda para a necessidade de isonomia de tratamento nos critérios de importação de derivados de coco visando a proteção do consumidor e razoabilidade no tratamento nos aspectos de segurança alimentar.
Liderança da Bahia - No ranking mundial, o Brasil ocupa a quarta posição em produção de coco e a Bahia é líder nacional. No ano de 2010, o estado produziu mais de 500 milhões de frutos, gerando um volume superior a R$ 220 milhões e mais de 240 mil postos de trabalho. O município do Conde, local onde estão sediadas as fazendas da Aurantiaca e onde está sendo construída, com recursos próprios, a fábrica, tem uma área de mais de 15 mil hectares plantados com coco. Esse território é maior do que a área plantada em estados como Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Com a chegada da indústria, as perspectivas são de melhorias para os produtores de coco. Segundo dados do IBGE, cerca de 90% dos que atuam nesse segmento, no Brasil, têm um perfil de agricultores familiares, com propriedades de até 50 hectares.